Cria-se
no Rio de Janeiro, no final da década de 1930, a Santa
Hermandad Orquídea, formada por seis poetas e artistas:
Godofredo Tito Iommi, Efrain Tomás Bó e Juan Raúl
Young, argentinos, e os brasileiros Gerardo Mello Mourão,
Napoleão Lopes Filho e Abdias Nascimento.
O grupo embarca em 1941 para o Amazonas e segue viagem pela América
do Sul.
No Teatro Municipal de Lima, capital do Peru, Abdias assiste ao
espetáculo O imperador Jones, de Eugene O'Neill. O ator
branco Hugo D'Evieri é brochado de preto para fazer o papel
principal.
Para ele, um ator branco fazendo o protagonista negro simboliza
a discriminação racial que permeia o teatro não
apenas ali em Lima, mas também nos palcos brasileiros e
no teatro ocidental de forma geral.
Decide então criar, na volta a seu país, um teatro
negro como forma de denunciar e lutar contra o racismo e valorizar
a cultura de origem africana.